Nossa história começou em 2003 no grupo de pesquisa da Professora Maria Izabel Tafuri do Laboratório de Psicopatologia e Linguagem na Universidade de Brasília.

Vanessa foi a primeira de nós a atender crianças autistas e a primeira a defender o mestrado. Nós aprendemos com as duas, observando as sessões nas salas de espelho, filmando cada atendimento e participando das supervisões semanais.

Em 2005, já participavam do grupo Carlos, Marília, Luciana Parra, Lívia e Caroline, chegando em seguida Mariângela e Luciana Leão. Além de atendermos as crianças no Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos (CAEP/UnB), nossa grande incentivadora, Izabel Tafuri, cedeu-nos uma de suas salas para acompanharmos alguns casos particulares.

Passamos dois anos compartilhando a mesma sala. Num quadro, dividíamos os turnos de trabalho. Logo logo, começamos a precisar de novos horários e nos vimos na necessidade de ampliar nossa clínica e ter um espaço próprio, central e acessível a nossos pacientes.

Em março de 2007, começamos a procura, visitamos vários lugares e, por fim, chegamos ao Edifício Ísis, na W3 Norte. As salas 407 e 409 se configuraram como nossa matriz. Nelas, a reforma existente possibilitou uma sala de espera ampla e conjunta, com banheiro e copa. As salas de atendimento espaçosas com vista livre para um gramado das entre quadras residenciais. Nossos pacientes vão gostar e decidimos alugar!

Além das características físicas do ambiente, nos sentimos bem naquele espaço, algo nos fez ficar e assim continuamos ao longo de 11 anos. Nesses anos, reparos foram necessários na estrutura externa do prédio para deixar um lugar mais seguro. A vizinhança de maçons e advogados também precisou se adaptar com os ruídos das crianças, as subidas nos elevadores, as formas de se comportarem… O que ocorreu de forma natural e bemvinda.

Aos poucos, tudo foi se acomodando e se integrando. E pouco a pouco nosso espaço se ampliou e nos vemos hoje espalhados em seis salas no 4o. andar. Alguns colegas passaram por nós (Luciana Parra, Mally e Matheus), outras continuam vizinhas e parceiras(Lívia e Janaína) e outras chegaram para ficar (Phil, Priscila e João Alberto).

Nesse tempo juntos, procuramos estar abertos a novas referências e campos de atuação. Mas, sempre seguimos a partir de um olhar interdisciplinar. Entre estudos, afetos e laços, nosso nome nasceu: Entrelaços – Espaço Interdisciplinar. Atuamos entre a psicologia, a fonoaudiologia, a psicopedagogia e a psiquiatria. Gostaríamos de novas especialidades, como a terapia ocupacional. Assim fomos nos desenvolvendo e nos aperfeiçoando. E assim ampliando nossas interseções e respeitando nosso espaço.

Cada um com sua particularidade, cada um com interesses específicos. E o que nos une? O trabalho com as crianças autistas, a referência da profa. Izabel, nossos laços de amizade e, sobretudo, nossa missão profissional. Temos a missão de trabalhar com o ser humano e apoiar seu desenvolvimento. Temos a especificidade do acolhimento, do lúdico e do cuidado. Os recursos e olhares são diversos e eles podem ser integrados na medida da necessidade de cada paciente. Nossa intervenção inicia-se com a perspectiva de “estar junto”, seja esta uma demanda de avaliação ou uma demanda de sofrimento psíquico. A partir desse elo compartilhado, encontramos novas possibilidades e construímos um caminho.